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Minha mãe mais que perfeita

  • Foto do escritor: Maurício Coelho
    Maurício Coelho
  • 7 de mar. de 2022
  • 9 min de leitura

Muitas pessoas não tiveram a oportunidade que eu tive: a de ter a presença de uma MÃE. Uns por motivos diversos não chegaram a conhecer a mãe biológica; outros perderam muito cedo suas mães e não puderam desfrutar da sua companhia. A palavra mãe expressa a significação mais próxima da excelência do amor.

Na verdade, o amor não é um mero sentimento, mas um princípio. E princípios não mudam. Independente da posição ou situação em que o filho esteja o verdadeiro amor materno permanece inalterado. Eu me lembro uma vez quando foi noticiada uma rebelião num presídio da capital paulista. Várias mães choravam amarguradas por seus filhos homicidas, traficantes, estrupadores, etc. Ou seja, Independente das suas ações elas os amavam. Deus não nos ama pelo fato de sermos “bonzinhos” ou “maus”. Mas nos ama pelo que Ele é. Deus é amor! Semelhantemente o amor de mãe é inato e independente. Isso leva-nos a entender o porquê da alusão do próprio DEUS em estabelecer notável comparação do amor materno com o amor divino.



Essa proximidade é identificada no seguinte texto: “Por ventura pode uma mulher esquecer-se tanto do seu filho que cria que não se compadeça dele do filho do seu ventre? Mas ainda que esta vier a esquecer-se do seu filho (que é muuito difícil), Eu, o Senhor, jamais me esquecerei de ti. (Isaías 49:15).

Indiscutivelmente, você pode ter a certeza de que a sua mãe é a única que, independentemente da sua condição e sem exigir nada em troca, aceitaria dar a própria vida por você! Aqueles que dizem ser seus amigos, seus fãs e seus admiradores o abandonariam facilmente diante da primeira adversidade. Mesmo assim, muitas vezes passamos grande parte de nossas vidas priorizando outros interesses relacionados majoritariamente aos nossos “muitos amigos” ou vantagens financeiras. Muito se fala em curtir a vida. Pouco se fala em curtir a família, e em especial, a MÃE. Veja que uma mãe consegue cuidar de 50 filhos, mas um só filho não consegue ainda cuidar de sua mãe como convém!

Eu não posso em nada reclamar o meu tempo de criança. Toda graça e felicidade vivenciada na minha infância foram proporcionadas em larga escala pela minha mãe. Tanto nos risos, nas brincadeiras como na hora das ‘peias’ eu amava demasiadamente a minha mãe. Quanta coisa ela me ensinou.

Uma vez encontrei um brinquedo jogado na calçada do vizinho. Então arquitetei um plano: eu colocaria o tal brinquedinho num terreno baldio ao lado da nossa casa. Quando mamãe estivesse na calçada, e ao ver-me encontrá-lo ali, por acaso, certamente aprovaria a aquisição daquele carrinho de brinquedo aparentemente sem dono. Contudo, ao levá-lo até ela com a solicitação de que me deixasse ficar com aquele objeto, ela olhou-me nos olhos e, com uma tonalidade séria e resoluta, disse: “Meu filho, vá colocar isso onde você achou. Quando a mamãe puder ela compra um igualzinho pra você, tá!” Então chorando copiosamente, fui até à calçada onde estava aquele carrinho de plástico e joguei-o ali. Nunca me esqueci daquela lição de honestidade. Atitudes como estas da minha mãe faziam com que eu confiasse ainda mais na sua providência. Gradativamente eu percebia que a satisfação e felicidade com os meus poucos brinquedos não poderiam ser substituídos nem por um montão de outros melhores. Em tudo, o pouco que a mamãe me concedia a mim e aos meus irmãos, eu jamais trocaria pelo muito que a maioria dos meus colegas ganhava. A minha mãe sabia sempre o que eu realmente precisava. E nunca me deu tudo o que eu rogava. Mas sim, o que era o melhor para a minha vida. Após os ‘nãos’ severos da minha mãe, me sobrevinha o choro. Tempos depois surgia claramente o entendimento das circunstâncias das suas negações e de quanto ela realmente me amara em não ceder às minhas chantagens e birras infantis.

A minha mãe pode ser demasiadamente admirada por mim, pois bem conheço a sua história de luta, dedicação, honestidade, confiança em Deus e ininterrupta batalha em cuidar dos seus cinco filhos, com a missão de impregnar-lhes no coração o emblema do amor e ensinar-lhes o caminho dos vencedores. Isso a tornara uma santa. Não é isso que pede a Bíblia? Por quanto está escrito: “Sede santos porque Eu Sou Santo!” (I Pe 1:16). De todos os santos que muitas pessoas falam a mamãe é a única de que tenho certeza. Não por que ouvi falar ou porque padres, sacerdotes e pastores apregoaram, mas por ter eu mesmo testemunhado pessoalmente acerca das suas atitudes benfazejas e do seu amor puro e inocente.

Eu sei que como a minha mãe, há muitas outras mães. Não tem jeito, mãe é mãe! “Vaca é vaca!”. O ser mãe ama os seus filhos não porque são bons ou maus, mas porque elas se tornam o próprio amor um com o filho. Talvez seja por isso que alguns antigos dizem: “mãe é bicho besta!” Mas não é. Acontece que o amor materno é intenso como um todo. E muitas mães, no anseio de poder acertar acabam concedendo liberdade excessiva aos filhos, almejando simplesmente tornar-lhes mais felizes. Já outras, prendem demais os filhos e acabam escravizando-os. Tudo isso também com a intenção de proporcionar-lhes a felicidade e bem-estar. Entre um e outro, a mamãe soube dosar os dois extremos. Ela soube prender quando as circunstâncias o exigiram e ao mesmo tempo, soube libertar no momento adequado. Eu sou apaixonado pela minha mãe. Tudo o que sou hoje devo a ela. A construção do meu caráter, da minha fé na existência real de um DEUS Poderoso e Mantenedor do Universo fora oriundos também dos seus ensinamentos.

Há muito tempo atrás eu tive um sonho muito real: De repente um vento fortíssimo arrebatou-me para o alto. De súbito fê-se noite e eu já me encontrava em meio às densas nuvens negras que pairavam na devassidão do céu. Os meus olhos fitos para baixo percebiam as distantes luzes da cidade que diminuíam de forma gradativa. Quando constatei a distância de onde estava, para o chão, me sobreveio o medo; uma imensa aflição se apoderara de mim e comecei a dizer temerosamente: “E quando este vento se acabar?” E então respondia a mim mesmo: “Certamente irei cair! Certamente me despedaçarei no chão!” Senti-me em demasiada angústia qual nunca sentira antes. A qualquer momento aquele vento poderia se dissipar e por certo seria o fim. A cada instante a minha angústia aumentava e intensos temores se faziam exceder em meu semblante. Já não tinha mais forças. Lágrimas começavam a se aforar em meu olhar e, me sobreveio uma cachoeira de desespero a romper as barragens da minha esperança. Nesse presságio de inimaginável angústia ouvi uma melodiosa voz a ecoar por todo céu, dizendo: “Não temas! Não se atemorize! Confie em DEUS!”.

Nesse exato momento levantei os meus olhos, recobrei minhas forças e o ânimo. Senti profunda paz em meu coração. Após ouvir aquela voz, ergui meu rosto e confirmei aquelas palavras: “Tenho que ter fé!” Tenho que confiar em DEUS! Não mais me atemorizarei!”

Desde então imaginava que algo terrível poderia acontecer em minha vida. Algo que me fizesse desesperar e abalar toda a minha vida. E o que poderia ser mais terrível para mim e o que poderia causar tamanha angústia do que presenciar a morte da minha mãe? Quando notifiquei de que de fato não conseguiria suportar tal situação, lembrei-me das palavras proferidas em meu sonho: “Não temas! Não se atemorize! Confie em DEUS!”

Aquela voz de confiança me relembrara que mesmo em circunstâncias difíceis como estas há alguém que sempre estará comigo, seja na profundidade do abismo, seja nas alturas da imensidão do céu ou no vale da sombra da morte.

Na Bíblia Sagrada, para os que Nela acreditam, há uma confortante promessa acerca dessas coisas. Diz: “Não quero, porém, irmãos que sejais ignorantes acerca dos que já dormem para que não vos entristeçais como os demais que não tem esperança, porque se cremos que JESUS morreu e ressuscitou assim também aos que em JESUS dormem DEUS os tornará a trazer com Ele. Dizemos-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor, que nós os que ficarmos vivos pra vinda do Senhor não precederemos aos que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de Arcanjo e com a trombeta de Deus e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens a encontrar o Senhor nos ares e assim estaremos para todo sempre com o Senhor. Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras. (Filipenses 4:13-18).

Essas promessas retratam um mundo totalmente restaurado à sua forma original, destituída do pecado e, por conseguinte, da morte e de todo sofrimento. O profeta Isaías descreve com exatidão as minúcias do que há de vir. Diz ele: “Por que eis que eu crio novos céus e nova terra. E não haverá mais lembranças das coisas passadas nem mais se recordarão; mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio e exultarei em Jerusalém e me alegrarei no meu povo e nunca mais se haverá mais nela voz de choro nem voz de clamor. Edificarão casas e habitarão e plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos. E será que antes que clamem Eu responderei. Estando ainda eles falando Eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos. O leão comerá palha como o boi e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Santo de Israel!” (Isaías 65:18,19,21,22,24,25).

O apóstolo João ratifica esta maviosa promessa conforme prediz a Santa Inspiração: “E vi um novo céu e uma nova terra, porque já o primeiro céu e primeira terra passaram e o mar já não existe. E ouvi uma grande voz do céu que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará e eles serão o seu povo. O mesmo DEUS estará com ele e será o Seu DEUS. E DEUS limpará dos seus olhos toda lágrima e não haverá mais morte, nem pranto nem clamor nem dor porque já as primeiras coisas passaram e o que estava assentado sobre o trono disse: “ Eis que faço novas todas as coisas”. E disse ainda: “Escreve porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Apocalise 21:3-5).

Assim como a mamãe, eu pertenço ao grupo que acredita no Poder do Senhor DEUS e em Seu filho, o Cristo, como meu Senhor e Salvador pessoal. A mamãe passou toda a sua vida evangelizando sua casa, a saber, os seus próprios filhos, no intuito de vê-los trilhar o caminho percorrido pelos homens de boa vontade. Ao escolher priorizar sua família, obedecera apenas, na íntegra, o que o próprio DEUS advertira: “Aquele que não cuida dos seus, principalmente dos da sua própria casa negou a fé e é pior do que um incrédulo” (I Tim 5:8).

As Sagradas Escrituras testificam que o número 7 é considerado o número da perfeição. A minha mãe faleceu no mês 7 no ano de 2007, num sábado (o 7º dia da semana). Já o dia exato de sua morte foi o dia 14, ou seja, o composto da adição de dois números simbólicos da perfeição: 7+7 = 14. Daí não só as suas ações, mas também as evidências refletem a super Mãe que fora. A mamãe galgara por caminhos da perfeição. Em toda a minha vida eu almejava em conhecer o meu anjo da guarda. Hoje compreendi que tenho vários!:"Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos." (Salmos 91:11). E confesso que um desses anjos sempre esteve bem próximo a mim. E em todas as vezes que clamei esse meu anjo me amparou e me consolou. Era simplesmente a minha mãe o meu anjo. E a sua doce influência continuará a me proteger.

A minha memorável mãe fez tudo o que pôde e mais um pouco. Fez o que o próprio DEUS solicita de cada ser humano: “Sede vós, pois, perfeitos como é perfeito o vosso Pai celestial” (Mateus 5:44-48). Ou seja, é possível que o homem seja perfeito na esfera humana assim como DEUS é perfeito na esfera Divina. E é por isso que a cada milésimo de segundo agradeço a DEUS pelo bem mais precioso que me outorgara: a minha mãe mais que perfeita!

Durante o seu velório, escrevi-lhe um poema em sua homenagem. E estou certo de que ela o lerá no 1º dia da ressurreição.


OBRIGADO MAMÃE


Obrigado mamãe, por ter existido

E por ter concedido à minha vida, sentido

Obrigado mamãe,

Pelas sementes que em mim plantastes

Sementes de honestidade, de força

De perseverança, de otimismo!


Obrigado mamãe, pelos ombros macios

A conter minhas lágrimas...

Pelas mãos carinhosas a acalmar-me

Nos momentos maus


Obrigado mamãe, por sua destemida coragem

Em proteger-me da noite cinzenta e do medo avassalador

E por transmitir-me segurança e tranqüilidade


Obrigado mamãe, porque mesmo ausente

Ainda permaneces dentro de mim

E em meu coração estás sempre presente


E como poderia eu esquecer-me do teu sorriso?

Da serenidade na tua face?

Do resplendor do Brilho do teu olhar?

Ah! Mamãe! Quão profunda e intensa é a saudade Que sinto de ti!


Quanto anseio e desejo provoca em minh’alma, o desespero

De poder novamente contemplar-te, assim, por inteira.


Inesquecível mamãe, a tua doce influência sobre a

Minha vida jamais cessará...


Os teus sábios conselhos jazem flutuantes

Como pérolas reluzentes, a mostrar-me o caminho ideal!


Tu me ensinaste que ter fé é simplesmente acreditar nos sonhos,

Na efetivação do impossível; e mais ainda:

É ter a plena certeza de que Deus é o nosso guia supremo e a

Nossa irrefutável esperança.


Hoje, nessa tarde triste de sua partida (14/07/2007), mamãe,

Posso erguer a minha voz na convicção sempre

De que verdadeiramente, com amor, paciência, fé e dedicação

Cumpriste fielmente a sua missão..


E naquele dia glorioso quando Cristo a sua promessa cumprir

E junto com os anjos do céu,

Sob o som das trombetas

E os seus escolhidos ao santo lar subir

Vê-la-ei e amá-la-ei...

Não por um instante, não por um momento

Mas por toda a ETERNIDADE!!!


mcrs

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